Em tempos de mudanças profundas mundo afora, seja no campo da macroeconomia, seja no meio ambiente e em conseqüência das duas anteriores, na sociedade, ser solidário exige de nós, o saber se colocar no lugar do outro. Acredito que solidariedade e generosidade andam juntas, são primas irmãs e arrisco a afirmar que uma não existiria sem a outra. Pois não há como ser solidário, sem ser generoso.
No dicionário, solidariedade é a responsabilidade mútua; a reciprocidade de interesses e obrigações; sendo também usada para designar um sentimento, ou a união de simpatias, interesses ou propósitos entre os membros de um grupo. No dia-a-dia de nossas vidas, pode se traduzir em disponibilidade para ajudar.
Despertar este sentimento exige de cada um nós amadurecimento emocional e espiritual ou uma situação de tensão forte e extrema. Vemos a solidariedade se fazer presente em maior proporção nas grandes catástrofes. Recentemente, o ciclone Nargis, que devastou Mianmar (antiga Birmânia), fez com que assistíssemos embora perplexos com a tragédia, a ajuda humanitária chegando de diversos países aos milhões de desabrigados, extremamente necessitados de solidariedade. Do lado contrário da solidariedade, vemos desde a passagem do ciclone há quase um mês a dificuldade de, alguns funcionários estrangeiros de organizações de ajuda, receberam a permissão do governo militar para entrar no país.
Em outras ocasiões do mesmo vulto, também pudemos presenciar mutirões e grandes mobilizações para ajudar ao próximo. No entanto, pergunto: por que precisamos ser tão sacudidos para tomarmos uma atitude? Por que não somos solidários todos os dias, com todas as pessoas, em cada ação do nosso corrido viver? Será que precisamos da dor para exercer o amor na sua forma mais genuína e desinteressada?
Ser solidário exige de nós a doação, sem espera de retorno. Exige a compaixão, sentir a dor do outro. Demanda tempo, vontade, ação. Ser solidário é amar incondicionalmente.
Para amar assim, precisamos nos despir de preconceitos, julgamentos e da ilusão de separação. Quando os vemos precisando de tudo e nos movemos a doar, achamos, erroneamente, que eles, não somos nós. Agindo solidariamente, esquecemos de nós e nos doamos aos que precisam.
Nesta nova era, assistimos, ora como espectadores e ora como atores, às novas exigências de atitude. Empresas acordam para a necessidade da ação responsável nos âmbitos ambiental e social. Assim, ela mostra através de diferentes formas, a importância de olhar para lado e ver o próximo como a ti mesmo.
A solidariedade entre os diferentes povos do mundo, começa com o entendimento que não há diferenças entre nós. Com a consciência de estamos no mesmo barco, vulneráveis às mesmas mudanças e unidos por uma mesma vontade: a de fazer daqui um lugar melhor para viver. Talvez, em breve, não estejamos mais aqui. Mas, ser solidário passa por pensar no aqui e agora, no irmão ao lado ou naquele que está do outro lado do mundo; até o filho, neto ou bisneto que ainda não está aqui, mas caso um dia venha estar, encontre um planeta lindo como aquele que, um dia, ao chegar aqui, tivemos a sorte de encontrar.
terça-feira, 17 de junho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário