Por Deborah Leite
Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém "encontrou a última peça do quebra-cabeças e, a partir daí, consegue ver a imagem completa" da resolução do problema.
Epifania é aquele momento em que algum fato ocorre e muda o curso da sua vida. É o "grande" momento de revelação, quando a gente pára para ver uma situação e sentir que tudo mudou e tudo, daqui para frente, será de outro jeito.
Cazuza, o grande poeta e músico que fez fama nos anos 80 e morreu de AIDS, mostrou a sua epifania nos versos da música “Ideologia”, quando canta: “O meu prazer, agora é risco de vida. Meu sex and drugs, não tem nenhum rock’n’roll”. E continua ...”Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mudo. Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro”.
Nestes trechos fica clara a grande mudança de paradigma que Cazuza foi obrigado a fazer na sua vida, por conta de sua doença que o levaria ainda jovem.
Na religião a Epifania do Senhor, significa "a aparição; um fenômeno miraculoso". É uma festa religiosa cristã que, no passado, era celebrada no dia 6 de janeiro, 12 dias após o Natal. Mas, a partir da reforma do calendário litúrgico em 1969, passou a ser comemorada 2 domingos após o Natal. Para as religiões cristãs, ela representa a assunção humana de Jesus Cristo.
No sentido literário, a "epifania" é o momento privilegiado de revelação, quando acontece um evento ou um incidente que "ilumina" a vida da personagem.
O nascimento de um filho, o casamento ou a conquista de um objetivo pode representar para algumas pessoas uma epifania.
Na minha vida, ela ocorreu com a morte de meu pai. A partir daquela data, muitas lições passadas por ele em vida, que não faziam sentido para mim, passaram a fazer. Verificar o quanto ele estava certo em seus alertas e em suas sábias palavras, que ajudaram a construir o meu caráter, só foi possível na etapa em que eu já não podia mais contar com a sua presença.
Morar com amigas foi uma outra epifania. Pois, significava, além da realização de um sonho, a legitimação do meu sucesso enquanto adulta. Gozar da liberdade de ser eu mesma, fazer o que bem entendesse e alcançar a independência financeira eram a prova certeira de que todo o medo que tinha de não conseguir era infundado. Eu já tinha conseguido!! Era livre e decidia meu próprio destino.
E na sua vida? Quais foram as epifanias?
Contabilizá-las e revivê-las podem ser belas maneiras de valorizar-se, aumentando a auto-estima e o amor próprio. Ter certeza de que somos seres mutantes e que a vida tem as suas surpresas, trazendo mudanças que podem mudar o curso dos nossos passos e a visão de passado, presente e futuro, é a grande benece das epifanias nossas de cada dia.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
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2 comentários:
Dé..quanto tempo..Fiquei muito feliz ao ler suas palavras. Ainda mais que, ontem-por acaso (o acaso existe?!)-"achei" o Alessandro e sua família no Orkut.
Apesar deste espaço não ser para o tipo de comentário acima, não pude resistir.
Concordo em gênero, número e grau sobre as definições de epifania:tb passei pela minha no falecimento de minha avó, quando comecei a morar sozinha e quando minha filha nasceu.Faz parte do amadurecimento.
querida.. amei receber seu blog.. e vou me dedicar a leitura quando voltar do trabalho... respondendo a pergunta... acho q minha maior epifania foi o nascimento da minha filha.. que me fez mudar da agua para o vinho reavaliando tudo o que estava fazendo na minha vida....inclusive perder o meu tempo com o pai dela... mas se nao fosse ele.. eu nao a teria... contraditorio nao? o fato eh q o deixei quando ela tinha apenas 12 meses para encontrar o amor da minha vida.. e um significado muito maior para o meu dia a dia.......mesmo assim ainda existiram outras....Peace and Love. Annie
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