quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Tempo: Senhor da razão.

Há quem se preocupe com o tempo. E há também, quem não se preocupe com ele.
Existem aqueles que se preocupam com a previsão do tempo. Será que vai chover? Amanhã vai dar sol?
Há quem corra contra o tempo e faz mil coisas, ao mesmo tempo.
Há quem corra contra ele, usando cremes e fórmulas milagrosas. Cremes para esconder a passagem do tempo.
Há quem nem se deu conta de quanto ele é irreverente, e não volta atrás. É teimoso, e teima em ir apenas para frente...
Mas há quem viva no passado. E há também, quem vive de passado. Para esses, o tempo não passa, vivem de lembranças.
Há quem viva no futuro. O que menos há, é quem viva no presente. O único tempo que podemos mudar. Estranho é que nele, onde menos tempo sabemos ficar. Um instante e lá se foi o presente para o passado...
Presente, passado, futuro. Todo o tempo, facetas de um mesmo tempo dissimulado que muitas vezes confunde a ponto da gente nem saber mais em que tempo está.
Inimigo do espelho, nele o tempo mostra a sua cara! E o caminho, é apenas um: o envelhecimento.
Há quem diga que não sente o tempo passar. Para esses, a justificativa é que o corpo envelhece, mas o espírito continua jovem. Pobres jovens de espírito levam um susto quando não reconhecem a mudança do corpo, trazida com o tempo. De repente, a surpresa: em mim, vejo o rosto da minha vó.
O tempo relativo. Coisas boas passam logo. Dores demoram mais... Mas tudo é relativo, por que o tempo pra mim é um e pra você é outro.
Tempos de plantar e de colher. De esperar, e de desfrutar. Tempo de pensar, de fazer e de nada fazer.
Tempo de reverter, de inverter. De pedir perdão, de perdoar. De dar e receber. De refletir.
Engravidar, esperar, nascer, viver e desde o primeiro instante, começar a morrer.
Mas tempo de morrer, também é tempo de renascer. Por que tempo é cíclico... Ele sempre nasce, vive e morre, e volta de novo a nascer, viver e morrer.
A cada pôr-do-sol ou a cada amanhecer, um novo ciclo. Um novo tempo.
Há quem viva em tempos de guerra. Há quem, há muito tempo, perdeu a esperança. E sempre há quem, embora o tempo continue a passar, nunca a perderá.
Ganhos, perdas
Luz, escuridão
Sol, lua
Amor, ódio
Noite, dia
Não importa o lado da dualidade, ele sempre passará. Ele, o tempo, soberano com seu inexorável movimento à frente, sem saber onde vai dar, seguindo sem nunca acabar.
Volta tempo, volta e ensina a te domar. Dá chance para tudo mudar. Ou se fizer de novo, tudo que fiz, me faça ter um outro olhar te acompanhar.
Seja amigo, não inimigo. Pára! Aonde você quer chegar? Dá um tempo pra gente começar a mudar, se é que ainda temos tempo de alguma coisa salvar. Estamos em perigo e você nem pensa em parar. Escuta nosso grito de alerta, nós precisamos de tempo para aprender a mudar.
Não seja carrasco, Senhor da Razão, é tempo de mudar para ser o tempo, Senhor da Emoção.

Um comentário:

Deborah Leite disse...

Este texto está ótimo.